A Delloite, juntamente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) elaborou um estudo em 2019 que traça o comportamento do consumidor e do mercado imobiliário até 2040.
O estudo, feito com base em dados oficiais e de mercado, trata-se de uma ampla pesquisa que visa mostrar o cenário residencial no Brasil e definir estratégias para direcionar as empresas do setor no caminho certo.
Tendências para o imóvel do futuro
Compartilhamento
Atualmente, o compartilhamento vem sendo uma tendência na sociedade moderna. O setor corporativo, que respondeu muito bem a essa inclinação, apresentou os coworkings como opção. Já o setor automobilístico reagiu com os aplicativos de transporte compartilhado, que proporciona mais conforto e menor custo para os usuários.
Esse cenário não será diferente para o setor residencial. O inchaço populacional nos grandes centros urbanos, futuramente, pressionará a população a adotar esse novo estilo de moradia. A medida será mais por necessidade do que preferência.
O perfil do consumidor para esse segmento habitacional serão os jovens de hoje. No futuro, esses adultos tenderão a se dedicar mais à profissão e postergar o casamento e os filhos, diferentemente de seus ancestrais.
Em suma, o compartilhamento de residências pode ser uma forma de conciliar um estilo de vida dinâmico. Essa nova maneira de compartilhar tem como suporte soluções que se apoiam na tecnologia e não dispensa aspectos como privacidade e segurança.
Aluguel
Existem dois grupos que optam pela locação de um imóvel: por necessidade e por opção.
O primeiro grupo, são aqueles que não possuem condições financeiras ou existe alguma burocracia que os impedem de ter uma casa própria. Já o segundo grupo é formado por aqueles que privilegiam a liberdade de poderem morar aonde quiserem.
Além das demandas que alugam por necessidade, essa opção de moradia é mais viável para uma geração que está mais focada na vida profissional, como mencionado acima, e que desejam viajar, vivenciar novas experiências
Dos entrevistados pela Delloite que preferem alugar, 48% preferem essa opção pois ela oferece mais facilidade de mudança. Já 41% disseram que, em médio ou longo prazo, alugar é mais barato ou vantajoso financeiramente do que comprar. E 26% mencionaram que a locação é menos burocrática.
Formato do imóvel
Ao se tratar de lar, o que mais importa é a comodidade e bem estar, independentemente da faixa etária do consumidor.
Os 5 itens de maior preferência em um móvel, de acordo com o estudo da Delloite, são:
1º Suíte
2º Muitas tomadas
3º Churrasqueira
4º Quantidade de janelas/boa iluminação natural
5º Quintal
Além disso, os domicílios nos próximos anos tendem a ser multigeracionais, isto é, terão funcionalidades que atendam todas as gerações simultaneamente, desde acessibilidade até fácil integração com a tecnologia.
Ademais, os imóveis do futuro terão que dar conta da pluralidade dos consumidores em meio a moradias compartilhadas (ou até coabitando com parentes); terão que oferecer soluções para perfis diferentes. E esse será o desafio para as empresas do setor.
Tecnologia e conectividade
Cada vez mais os assistentes de voz virtuais estão imersos no nosso cotidiano (Alexa, Siri, Google Assistente). Frente a este contexto, a tendência é que, em 2040, muitos aparelhos eletrodomésticos residenciais também respondam a comandos de voz.
- Veja também: Tecnologia no Mercado Imobiliário
As smart TV’s são as mais comuns entre a população atualmente. Mas sistemas de iluminação inteligente, câmeras de monitoramento virtual residencial e sistemas de vigilância inteligente, devem se difundir mais no futuro.
Para 2040, as instalações elétricas, de esgoto e água também poderão ter sensores para monitorar e alertar eventuais riscos de curto-circuito e vazamentos.
Com toda essa conectividade, caberá às construtoras se adaptar a esse cenário, garantindo ofertas de espaços no qual essa tecnologia irá operar, de forma a atender às necessidades de cada consumidor.
Serviços e infraestrutura
Para os participantes da pesquisa Delloite, ter piscina no condomínio é prioridade. Seguido de vaga de automóvel, academia, salão de festas e churrasqueira, nesta ordem.
As práticas de consumo sustentável também são um ponto forte a ser considerado pelas gerações de 2040. Os hábitos de coleta seletiva, espaço verde, energia renovável, reservatório de água de chuva e reuso de água, são prioridades dos entrevistados.
No entanto, se houver um incremento de 5% no valor final do imóvel ou aluguel, o interesse nesses itens cai consideravelmente.
Quanto às características de infraestrutura mais desejadas, a região com segurança lidera. Em seguida, tem-se a região com baixos índices de violência, proximidade do trabalho, proximidade do comércio e região silenciosa, respectivamente.
Processo de compra
A inteligência de dados será uma grande aliada dos agentes imobiliários e consumidores no processo de compra e aluguel de um imóvel.
As plataformas que realizam esse tipo de serviço, se inclinarão para prestar dados sobre a região, como segurança, qualidade e proximidade de serviços públicos, indicadores de acesso a meios de transporte, vídeos do bairro, gravados por drones, e avaliações de outros moradores ou ex-moradores.
Prestarão ainda dados sobre o imóvel, como histórico de propriedades da residência, histórico de reformas, situação dos vendedores em relação a processos na justiça, vídeos do condomínio e da residência e histórico sobre financiamentos ou processos jurídicos do imóvel, mesmo que encerrados.
- Veja também: Imóvel Seguro – o que é e como utilizar
Conclusão
Comodidade, segurança, espaço e privacidade ainda são pontos chave para os consumidores ao comprarem um imóvel. A tendência é que essa importância se mantenha até 2040.
A necessidade dos moradores, no entanto, podem variar de acordo com o período da vida de cada um. Isso demandará mais flexibilidade na oferta de imóveis por parte das construtoras e incorporadoras.
Este conteúdo foi gerado a partir do formulário da Delloite “Comportamento do consumidor de imóveis em 2040, estudo 2019″.