No dia 10 de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referentes a outubro de 2023.
O índice registrou um aumento de 0,24%, representando uma diminuição de 0,02 ponto percentual em comparação com a taxa de setembro, que foi de 0,26%. Como resultado, o IPCA acumulado no ano subiu de 3,50% para 3,75%, enquanto nos últimos 12 meses atingiu a marca de 4,82%. Em outubro de 2022, a taxa de inflação foi de 0,59%.
Para os contratos de aluguel que completam um ano em novembro de 2023 e têm o IPCA como referência para reajuste, o percentual aplicado é o acumulado dos últimos 12 meses, que totaliza 4,82%. Aqui, você encontra todas as informações relacionadas ao IPCA, considerado o indicador oficial da inflação no país.
Qual é o índice atual do IPCA?
Todos os nove grupos de produtos e serviços monitorados mensalmente apresentaram aumento em outubro. Conforme divulgado pelo IBGE, o maior incremento ocorreu no grupo de Artigos de Residência, com uma variação de 0,46% e um impacto de 0,02 ponto percentual no índice geral. Os setores que mais influenciaram o índice foram Transportes (0,35%) e Alimentação e Bebidas (0,31%), ambos contribuindo com 0,07 ponto percentual de impacto.
A maior redução foi observada no grupo de Comunicação, com uma variação negativa de -0,19% e um impacto de -0,01 ponto percentual.
André Almeida, gerente da pesquisa, explica: “Este é o segundo mês consecutivo de aumento nas passagens aéreas. Esse aumento pode estar relacionado a diversos fatores, como o aumento no preço do querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”.
Leia também: Declaração de residência para inquilino
Influência do IPCA por Região
Dentro das 16 regiões analisadas, 04 experimentaram variações negativas em outubro. A mais notável ocorreu em São Luís (MA), com uma taxa de -0,23%, impulsionada pela significativa queda de 3,94% no preço da gasolina.
Por outro lado, a maior variação positiva foi observada em Goiânia (GO), atingindo 0,80%, principalmente devido ao aumento nos custos da energia elétrica residencial, que registrou uma elevação de 5,28%.
Como calcular o reajuste do aluguel com base no IPCA
Semelhante ao procedimento adotado com o IGP-M, o reajuste do aluguel utilizando o IPCA é calculado a partir do acumulado dos últimos 12 meses. Por exemplo, considerando um aluguel de R$ 1.500 sujeito a um reajuste com base no IPCA acumulado nos últimos 12 meses até outubro (4,82%), a fórmula seria a seguinte: R$ 1.500 x 1,0482. Dessa forma, o novo valor do aluguel a ser aplicado a partir do próximo mês seria de R$ 1.572,30.
Inflação baixa pode ser uma boa notícia para o setor imobiliário
Apesar de ser prematuro para afirmar uma mudança significativa, o aumento nos preços observado em março pode sinalizar perspectivas favoráveis para o mercado imobiliário.
Isso se deve ao fato de que o índice oferece insights importantes em relação ao controle da inflação, o que, por conseguinte, poderia resultar em taxas de juros mais baixas:
- O resultado acumulado em 12 meses diminuiu para 4,82%, uma cifra que se encontra dentro da meta anual de inflação estabelecida pelo Banco Central.
- A elevação é, em grande parte, proveniente dos combustíveis, afetados pela reintrodução dos impostos federais, ou seja, tem um efeito momentâneo.
Apesar de ser precipitado afirmar que a inflação será mantida sob controle, dado que esses são dados de apenas um mês, já se vislumbra, pelo menos, uma pressão menor sobre o orçamento dos brasileiros.
Por que a diminuição na inflação tem o potencial de estimular o mercado?
Um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central para conter a inflação é o aumento da taxa básica de juros, conhecida como Selic. Dado que essa taxa serve como referência para empréstimos e créditos em geral, quanto mais elevada ela estiver, maior será o custo do dinheiro e dos financiamentos.
A elevação da Selic não apenas torna mais difícil a aquisição de imóveis por meio de financiamento, mas também desacelera a economia, impactando negativamente a renda da população. O mercado imobiliário, por sua vez, é particularmente sensível a essa variação.
Indícios de uma inflação mais moderada sugerem a possibilidade de redução dos juros no futuro, especialmente considerando as pressões governamentais. Essa redução tornaria os financiamentos mais acessíveis, impulsionaria a renda da população e teria o potencial de aquecer o mercado imobiliário.
Você também pode se interessar: Banco Central reduz Taxa Selic para 12,25%
Sinalização positiva, porém é cedo para tirar conclusões
Apesar de a notícia ter gerado entusiasmo entre os agentes econômicos, ainda é muito cedo para afirmar que haverá mudanças significativas na política monetária.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a importância de aguardar os próximos meses antes de considerar qualquer alteração de abordagem.
Vale destacar também que as principais economias globais ainda estão implementando medidas restritivas na política monetária. Além disso, o resultado anual no Brasil está distorcido devido aos meses de deflação no ano passado, decorrentes da desoneração dos combustíveis.
IPCA: o que é?
O IPCA, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é elaborado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980. Este indicador é reconhecido como a medida oficial da inflação no Brasil.
O IPCA abrange famílias com rendimento monetário variando de um a 40 salários mínimos, independentemente da fonte de renda. Ele engloba dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Como ele é calculado?
O IPCA avalia a variação nos preços de um conjunto de produtos e serviços disponíveis no varejo, consumidos pelas famílias brasileiras com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da fonte de renda. Abrangendo dez regiões metropolitanas do país e os municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília, o índice é composto por aproximadamente 430 mil preços provenientes de 30 mil locais. Esses locais incluem estabelecimentos comerciais, serviços prestados e concessionárias de serviços públicos, como energia elétrica e água, além de empresas de internet.
A coleta de dados geralmente ocorre entre os dias 1º e 30 do mês de referência. Devido à pandemia de Covid-19, em 18 de março de 2020, o IBGE suspendeu a coleta presencial de preços nos locais de compra. Desde então, os preços têm sido coletados por meio de outras formas, como pesquisas realizadas em sites da internet, por telefone ou por e-mail. Em julho de 2021, o instituto iniciou a retomada gradual da coleta presencial de preços em alguns estabelecimentos, conforme estabelecido na Portaria nº 207/2021 da Presidência do IBGE.
Vale a leitura: Saiba tudo sobre como liberar FGTS para compra de imóvel
Vantagens do IPCA no ajuste de aluguel
- É o índice oficial de inflação do país, compilado por uma instituição federal;
- Não está sujeito a variações decorrentes de fatores externos, como o dólar e exportações, ao contrário do IGP-M;
- Reflete de maneira mais precisa a realidade financeira da população, focalizando a variação de itens do cotidiano familiar;
- Apresenta estabilidade como índice, prevenindo a necessidade de inquilinos solicitarem descontos ou mesmo rescindir contratos de aluguel;
- Oferece consistência histórica em seus ajustes, evitando surpresas desagradáveis no orçamento dos inquilinos;
- Proporciona maior segurança aos inquilinos para planejarem suas finanças;
- Reduz a probabilidade de inadimplência para os proprietários em casos de reajustes elevados.
Vai anunciar em nosso portal? Aproveite as nossas dicas!