
Acumulado em 12 meses é de -7,72%. Saiba como isso afeta o reajuste de aluguel pelo IGP-M e como proprietários e inquilinos podem negociar valores
De acordo com informações divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas, o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) apresentou uma redução de -0,72% em julho de 2023, em comparação ao mês anterior, que também teve uma queda, porém mais intensa, de -1,93%. Esses resultados somam uma queda acumulada de -5,15% no ano e de -7,72% nos últimos 12 meses no índice usado para ajustar boa parte dos contratos de aluguel.
O que é o IGP-M
O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é um indicador econômico utilizado para medir a variação média dos preços de diversos produtos e serviços no Brasil. Ele é amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos, incluindo aluguéis de imóveis, tarifas de serviços, planos de saúde e outros tipos de acordos comerciais.
O IGP-M é calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), através do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Esse índice é composto por uma cesta de preços que reflete diferentes aspectos da economia, incluindo preços de produtos no atacado, preços ao consumidor e custos de construção.
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Composição do IGP-M:
O IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo Mercado) tem um peso de 60% na composição do IGP-M. Ele reflete os preços de produtos industriais e agrícolas vendidos entre empresas antes de chegarem ao varejo. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor Mercado) contribui com 30% do IGP-M e mede a variação de preços de bens e serviços habitualmente consumidos pelas famílias. O INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção Mercado) representa 10% do IGP-M e avalia os custos do setor de construção.
O IGP-M é utilizado para reajustar aluguéis, tarifas de serviços como internet, energia elétrica, TV por assinatura, entre outros. Sua composição é influenciada por diversos fatores, incluindo as variações cambiais e outros indicadores econômicos.
O Índice é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), com base nos preços coletados em um período de referência, que vai de 21 de junho de 2023 a 20 de julho de 2023, comparados com os preços coletados no período anterior, de 21 de maio de 2023 a 20 de junho de 2023.
IGP-M e Reajuste de Aluguel:
O IGP-M é usado como principal referência para reajustes de aluguel e outros contratos, como energia elétrica e planos de saúde. Sua aplicação é uma forma de preservar o valor real dos contratos diante das mudanças econômicas, seja inflação ou deflação.
No entanto, devido à sua variação negativa de -7,72% nos últimos 12 meses, os contratos de aluguel que têm o IGP-M como base podem ser reduzidos no próximo reajuste. Atualmente, outros índices, como o IPCA, também são utilizados para esse fim, visando maior estabilidade nos valores.
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Como calcular o Reajuste de Aluguel:
Se o reajuste de aluguel é calculado com base no IGP-M e o índice acumulado dos últimos 12 meses é -7,72%, o cálculo pode ser feito da seguinte maneira:
Novo valor = Valor atual do aluguel x (1 – 0,0772)
Por exemplo, se o seu aluguel atual é de R$ 2.500,00, o novo valor ficaria em R$ 2.307,00.
É importante ressaltar que, em algumas situações, o reajuste proporcional pode ocorrer no primeiro mês do aniversário do contrato.
Negociação entre Proprietários e Inquilinos:
As quedas no IGP-M indicam uma tendência de baixa nos valores dos aluguéis, mas este efeito não é, necessariamente, repassado aos inquilinos. Apesar de o IGP-M ser o principal indicador de reajuste do aluguel, muitos proprietários e inquilinos vão se lembrar que pode haver exceções. Nos primeiros anos da pandemia, o IGP-M chegou a patamares recorde acima dos 30%, assustando muita gente. Naquela época, a saída para inquilinos que não podiam arcar com um aumento tão expressivo foi a negociação com proprietários. Não foram raros os casos de proprietários que abriram mão do reajuste ou negociaram reajustes abaixo do índice.
Então, no caso de um IGP-M negativo, o inquilino teria direito a uma redução no valor do aluguel, se isso estiver estipulado no contrato. No entanto, assim como naquela época, a dica é conversar e negociar. Acima de contrato, a relação de inquilino e proprietário é uma relação de confiança que pode, e deve ser benéfica para ambas as partes. Por isso, não exite em chamar seu inquilino ou locador para um café e discutir o reajuste!
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